sábado, 26 de novembro de 2011

Educação hoje: Reflexões críticas

Por: Rosalina Moraes

A educação brasileira, que em outros contextos  históricos era muito mais precária, hoje apresenta avanços significativos no que diz respeito a fatores como infra-estrutura, formação de professores, material didático, inovações tecnológicas, entre outros aspectos que deveriam favorecer a aprendizagem. Mas, apesar dos investimentos e incentivos, os dados de aprendizagem obtidos através de avaliações como: SAEB SPAECE, ENEM, entre outros, apontam resultados que não condizem com os esforços governamentais e os investimentos feitos na área.
O ensino ofertado em nossas escolas públicas não tem conseguido dar conta dos aspectos mais básicos e primordiais da aprendizagem, como aquisição de leitura e escrita, por exemplo.
É comum ouvir de professores queixas do tipo: os meninos de hoje não lêem, decodificam; os alunos chagam ao final do ensino médio sem compreender o que lêem e sem saber fazer uma redação; o aluno não consegue resolver um problema simples de matemática porque nem entender o problema ele consegue. Ou seja, o aluno não está mais aprendendo a ler e a escrever. Está chegando ao final da Educação Básica com deficiência séria nessa área. Sendo assim, todas as outras áreas do conhecimento ficam comprometidas uma vez que ele nem sabe escrever nem compreende o que lê. Embora pareça determinismo demais falar dessa forma, os dados de desempenho em leitura e escrita apontam para essa conclusão.
Se na Europa, cujo contexto social, econômico e cultural, difere, ao extremo, do nosso, a situação já se mostra preocupante, o que dizer no caso brasileiro? Segundo dados do PISA apresentados por Cecília Braslavsky no texto intitulado Diez factores para uma educación de calidad para todos em El siglo XXI , 13% dos jovens e adolescentes europeus não compreende o que lê. No Brasil os dados são ainda mais inquietantes.
Nesse contexto o município de horizonte inova ao criar dois projetos com foco na leitura e escrita para os anos iniciais do Ensino Fundamental: projeto Lendo Você Fica Sabendo, e Projeto Vivenciando a leitura e a escrita.
Embora consideremos louváveis ações dessa natureza, que visam à melhoria da qualidade educacional, esses projetos apresentam características que nos levam a analisá-los como verdadeiras “camisas de força” para os docentes daquela cidade.
Trabalhando com uma “formação continuada” baseada na instrumentalização e “adestramento” dos professores, a consultoria pedagógica Aprender, responsável pela idealização e execução dos dois projetos limita o trabalho dos professores à aplicação de “receitas prontas” de como executar uma aula. Não cabe mais aos professores, planejar, pensar estratégias para ensinar, enfim, pensar e elaborar sua aula. Cabe-lhes agora executar uma aula que já vem determinada minuto a minuto, como pode ser observado pela análise das rotinas pedagógicas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PRAZER EM CONHECER

Por Eunice Greiner

 Resumo
Com o crescente processo de inclusão digital proporcionando acesso cada vez maior a equipamentos e informação, vemos ser cada vez mais democrática a aquisição de conhecimento e isso tem garantido extrema satisfação a quem dele faz uso.

Palavras-chaves: Democracia, tecnologia de informação, comunicação, recursos  e satisfação.

 Introdução
Uma das grandes características da realidade social são as inovações tecnológicas. Esse fator influenciou e continua influenciando o crescimento do acesso à informação. Sendo assim, o desafio atual é transformar informação em conhecimento. A base para a formação educativa repousa na comunicação, especialmente nas possibilidades do diálogo.
A Educação de modo geral tem sido alvo de muito descontentamento. Em muitos aspectos podemos até afirmar que não nos proporcional nenhum prazer, dificultando o processo de aquisição do conhecimento.
Neste trabalho apresento  algumas considerações acerca da interatividade e da comunicação, da democratização do ensino, dos recursos midiáticos e da satisfação dos estudantes propiciadas pelo “Ensino a distância” para o desenvolvimento educacional.

Fundamentação teórica e discussão
A Educação a Distância a princípio, era um programa de formação destinado a profissionais atuantes na área da educação com objetivo de ampliar a ótica desses profissionais quanto às múltiplas inter-relações pedagógicas, históricas, econômicas, sociais, políticas e culturais na realidade da educação escolar. Com o transcorrer do tempo mudou essa concepção, o mesmo passou a comportar pessoas de todas as áreas profissionais: educação, saúde, serviços gerais e outras.
Muito tem se falado sobre o termo Sociedade do Conhecimento que remete a uma valorização do saber, às competências que o indivíduo adquire por meio da educação, tais como se relacionar, cooperar, intervir e atuar de maneira consciente e cidadã no meio em que ocupa. 
Observa-se que essa modalidade de ensino proporciona acesso ao conhecimento que atinge a sociedade. Nesse sentido temos a necessidade de pensar sobre a noção de democracia, onde há a idéia dos direitos e das liberdades, que implica a dignidade do cidadão, e da deliberação, do debate e a busca comum das melhores leis. A democracia compreende, ao mesmo tempo, a idéia de liberdade e a da inteligência coletiva. Assim temos a Democratização do Ensino que está fundamenta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma: “Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.”
Não há em nossa contemporaneidade nenhuma carta de direitos que não identifique o direito à instrução como integrante da construção do próprio estado de direito. Sabemos que a construção da cidadania, ou de práticas de cidadania, passa, necessariamente, pela questão do acesso e uso de informação.
Mas, temos também a clareza de que é freqüente, no discurso da educação, oporem-se como antagônicas a idéia da democratização do ensino como extensão de oportunidades de acesso à escolarização e a idéia de uma qualidade de ensino que acompanhe padrões técnico-pedagógicos intrínsecos a uma suposta aplicação de teorias pedagógicas em sala de aula, como a EAD hoje.
A utilização, por meio de recursos midiáticos, das novas tecnologias de informação e de comunicação (TIC) tem contribuído para a transformação do aprendizado. Uma parte significativa desta transformação está relacionada à aplicação destas tecnologias com os já conhecidos recursos educacionais na educação a distância (EAD) como veículo para alcançar novos públicos e desenvolver novas metodologias de ensino que possam ser utilizadas como mecanismo complementar, substitutivo ou integrante do ensino presencial.
Diante dessas novas opções, cabe ao professor inteirar-se dessas novas ferramentas, ou seja, dominar o seu uso no que diz respeito à fluência tecnológica agregada ao direcionamento pedagógico do uso desses recursos. Um profissional que explore ferramentas síncronas e assíncronas a favor da interação e troca entre educandos, fontes de consulta como hipertextos e enciclopédias virtuais, o uso de recursos midiáticos que atraiam a atenção e facilitem o aprendizado do aluno e etc.
O uso do computador aliado à internet possibilita habilidades técnicas, bem como o acesso á informação que pode gerar aprendizagem além de trabalhar o fator cognitivo, pois o indivíduo tem a possibilidade de interligar os conhecimentos, experiências e informações de sua realidade às novas informações obtidas podendo assim alcançar novos conhecimentos e descobrir novas possibilidades.
A utilização das novas tecnologias modifica a concepção do indivíduo em relação ao tempo e ao espaço, permitindo assim que ele não se limite, mas sim ouse. A comunicação passa a ser mais contínua e sensorial, porque, além das palavras a hipermídia passa a ser um novo meio de levar informação com potencial de conhecimento.
Para Freire (2001a), o homem é um ser de relações que, desafiado pela natureza, a transforma com seu trabalho, criando o mundo da cultura. E ao criar o mundo do trabalho e da cultura ele se percebe historicamente imerso na contradição opressores-oprimidos, advindo daí a necessidade de sua superação.
Sabemos que a inclusão digital é uma necessidade inerente desse século, e é uma síntese dos esforços da democracia, então isso significa que o "cidadão" do século XXI, entre outras coisas, deve considerar esse novo fator de cidadania, que é a inclusão digital. E que constitui uma questão ética (de direito universal) oferecer essa oportunidade a todos, ou seja, o indivíduo tem o direito à inclusão digital, e o incluído tem o dever de reconhecer que esse direito deve ser estendido a todos.
O resultado do processo de avaliação, de tudo que envolve o Ensino a Distância, deve levar a um conhecimento profundo do funcionamento da instituição de ensino e dos cursos oferecidos em todos os seus aspectos básicos: coordenação, organização, materiais didáticos, sistema e apoio tutorial, acadêmico, logístico e de avaliação da aprendizagem dos alunos. Proporcionando resultados desejados e a satisfação dos estudantes. Pois cremos que a Educação a Distância deve ter, em seu aspecto avaliativo, o objetivo maior fornecer informações para que se possa extrair e ampliar o potencial de benefícios da tecnologia, de forma a aumentar a capacidade de ensino e aprendizagem, por meio do contínuo aprimoramento da técnica.

Considerações finais
De modo geral temos que a inclusão digital é um processo que deve levar o indivíduo à aprendizagem no uso das TIC’s, seus recursos e ao acesso à informação disponível nas redes, especialmente aquela que fará diferença para a sua vida e para a comunidade na qual está inserido.
Acreditamos, portanto, que existe uma distância considerável entre a realidade e os pressupostos teóricos que apóiam a implementação da EAD, por exemplo, refletindo diretamente como elementos que dificultam a implantação e expansão da democratização do ensino.
Mesmo com as dificuldades vivenciadas no Ensino a Distância, podemos observar um saldo positivo, onde se revela cada dia mais uma grande satisfação, por parte dos estudantes, em relação a aquisição do conhecimento. De posse dessa informação posso afirmar que temos presenciado um crescente “prazer em conhecer”.

Referências
ROESLER, J. Os parâmetros legais para uma educação a distância de qualidade.2011.
BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Lei de diretrizes e bases da  educação nacional. DOU, Brasília, 27 dez. 1961.
DEMO, P. Educação e qualidade. 6. ed. São Paulo: Papirus, 2001.
PETERS, O. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. Tradução Ilson Kayser. São Leopoldo Unisinos, 2001.
VEIGA, I. P. A. Técnicas de Ensino – Novos Tempos: Novas Configurações. Campinas: Papirus, 2006.
ARAÚJO, E.;  “Informação, sociedade e cidadania: gestão da informação no contexto de organizações não governamentais (ONGs) brasileiras”. Ciência da Informação, Brasília, 1999.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948: Assembléia Geral das Nações Unidas.
STROZZI, Gina; Carolina Costa Cavalcanti; Democratização do Ensino no Brasil: Reflexões sobre Inclusão Digital e Direitos Humanos; Open Praxis, São Paulo, 2008.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ABORDAGENS E CONTRIBUIÇÕES DOS AMBIENTES DIGITAIS E INTERATIVOS DE APRENDIZAGEM;  PUC, São Paulo.

sábado, 15 de outubro de 2011

PARABÉNS AOS PROFESSORES



Espero poder viver para ver a valorização dessa tão importante profissão. Enquanto isso... sigamos nos motivando uns aos outros e cumprindo nossa missão da melhor forma possível. FELIZ DIA DO PROFESSOR!!!!

"Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." Paulo Freire

sábado, 8 de outubro de 2011

PANORAMA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

Atividade desenvolvida em cumprimento ao Desafio de Aprendizagem da Disciplina FUNDAMENTOS, POLÍTICA E LEGISTAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA do curso de Especialização em Gestão e Metodologia do Ensino a Distância

Considerações Iniciais
Com o avanço tecnológico a tendência é que o número de adeptos à modalidade do ensino a distância só aumente a cada dia. O interessante é poder fazer parte dessa revolução no sistema educacional, pois é totalmente necessários para que a educação alcance seus objetivos que é de desenvolver os potenciais do ser humano, facilitar a socialização e conduzi-lo ao desenvolvimento pleno com padrões morais e éticos para que possa conviver bem em sociedade.
Isso se revela claramente ao longo da evolução histórica dessa modalidade de ensino, bem como com os fatos que tem norteado sua realidade atual em vários aspectos como tecnologia, qualidade, legitimidade e aceitabilidade.

Histórico
A evolução histórica do Ensino a Distância, no Brasil como no mundo, é marcada pelo surgimento e disseminação dos meios de comunicação.
A educação a distância foi um grande passo para a democratização do conhecimento intelectual, oportunizando o acesso ao ensino de forma mais fácil. Seu início foi marcado no século XVIII, quando um jornal dos Estados Unidos enviava as matérias anexadas ao mesmo. Porém, existem controvérsias sobre o surgimento da mesma, pois alguns pesquisadores relatam que seu início foi em 1881, pela Universidade de Chicago, através do curso de língua hebraica, e outros consideram seu surgimento em 1890, na Alemanha, ambos por correspondência.
No Brasil essa prática só chegou com força em 1937 com a criação do Serviço de Radiodifusão Educativa, do Ministério da Educação; o esquema era trazer aulas no rádio que eram acompanhadas por material impresso. A primeira empresa particular a trazer o serviço de ensino a distância foi o Instituto Monitor, que desde 1939 já atendeu mais de 5 milhões de pessoas.
O Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Monitor foram os maiores responsáveis pelo ensino a distância no Brasil, com uma gama maior de cursos, como técnico em eletrônica, secretária, técnico em contabilidade dentre outros.
Tivemos também os cursos supletivos, que tiveram grande aceitação da população que optou por essa formação.
Vivemos a etapa do ensino por correspondência; passamos pela transmissão radiofônica e, depois, televisiva; utilizamos a informática até os atuais processos de utilização conjugada de meios - a telemática e a multimídia.
A utilização de novas tecnologias propicia a ampliação e a diversificação dos programas, permitindo a interação quase presencial entre professores e alunos. O surgimento da internet e sua popularização, na década de 90, encontraram, portanto uma vasta experiência no Brasil e no mundo de engenharia pedagógica para a adaptação de conteúdos ao ensino a distância, já que o aluno dessa modalidade de ensino necessita de uma atenção pedagógica totalmente diferenciada em conteúdo e apresentação. O advento do e-learning, por sua vez, aproveita parte desse vasto material e acrescenta outras demandas, e é exatamente este o ponto que diferencia o bom e-learning do ruim. O ensino pela internet não pode utilizar nem a metodologia presencial e nem mesmo se apoiar totalmente na vasta metodologia a distância já existente nas escolas especializadas. Pede outra sintaxe pedagógica, que não significa apenas transportar textos para o formato digital, e sim criar um mix pedagógico a altura das novas demandas sociais dentro do contexto brasileiro.
Em 1986, com a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, o Brasil deu um grande salto na educação a distância, pois nesse período constituíram-se os primeiros cursos superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação.

Atualidade  e  Legitimidade
O EAD tem crescido muito no Brasil, em razão da era da informatização e as facilidades que essa proporciona, e entre 2004 e 2005 o aumento se deu em torno dos 32%, com aproximadamente duzentos e quinze cursos reconhecidos pelo MEC.
É importante que esses cursos contem com profissionais bem qualificados, além de boa estruturação de suas grades curriculares, bibliotecas, canais de comunicação, salas de aula virtual, a fim de atender os interesses do público, sanar suas dificuldades, dando condições de boa formação, com níveis de exigência que os faça cursar de forma séria e comprometida.
É claro que existem ainda cursos que só podem ser feitos de forma presencial, mas os que não necessitam da presença de forma integral têm perfeitas condições de oferecer formação de qualidade.
Temos visto uma forte valorização dos cursos a distância no mercado de trabalho, pois as grandes empresas têm acreditado que o aluno que consegue se formar à distância tem muito mais compromisso, levando com mais seriedade seus estudos e o seu lado profissional.
Fredric Litto, que preside a Abed, afirma que um dos principais méritos da EaD reside no fato de ser um ensino planejado, com materiais didáticos desenvolvidos especificamente para essa finalidade: “O ensino a distância beneficia principalmente aquela parcela da população que, por inúmeros motivos, não tem condições de ir a um centro educacional. Esses brasileiros também têm todo o direito de se capacitar e conquistar uma certificação.”
“O ensino à distância é parte de uma política de governo, focada na democratização do conhecimento por meio de novas tecnologias. Na Univesp,haverá oferta exclusiva de especialização para professores da rede estadual, em 17 áreas”. Waldomiro Loyolla, coordenador técnico do Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).
O Brasil forma, atualmente, mais professores para a educação infantil e para o fundamental 1 pela via do Ensino a Distância (EAD) do que pela educação presencial. Dos 118.376 estudantes que concluíram essas habilitações em 2009, 65.354 (55%), graduaram-se por EAD, contra 52.842 (45%) egressos da educação presencial, de acordo com números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse resultado é inédito e confirma uma tendência já evidenciada na série histórica iniciada em 2005. Daquele ano até 2009, a quantidade de concluintes pelo modelo presencial decresceu, ano a ano, com queda de quase 50% no período (de 103.626 para 52.842). Ao mesmo tempo, a quantidade de formados por EAD cresceu, aproximadamente, 464% (de 11.576 para 65.354).
Em números absolutos, o ensino presencial responde pela maioria dos docentes, mas em termos percentuais, ou seja, como tendência, EAD cresce mais. Entre 2000 e 2009, licenciaturas nesse segmento saíram de 1.682 matrículas para 427.730. No presencial, foram de 836.154 para 978.061. Expansão entre 2000 e 2004 e retração de 2005 a 2009.
Outro dado relevante refere-se à evasão (ao analisar a quantidade das matrículas e o número de concluintes). Com base nos dados de 2009, em EAD, 20% dos matriculados se formaram (88.194). No presencial foram 19% (188.807). Os dados de formados se referem aos ingressantes de quatro anos antes.
 A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) também destaca a necessidade de observar aspectos de infraestrutura para que o ensino a distância possa cumprir seu papel. “Precisamos oferecer banda larga de qualidade nos estados”, pondera Cleuza Repulho, presidente da Undime, para quem as dimensões continentais do Brasil favorecem a modalidade.
Apesar de dificuldades técnicas para utilização da internet, o Brasil é o quinto maior país do mundo em conexão à web. E mais: por projeções do Centro de Tecnologia da Fundação Getulio Vargas, até 2012 teremos um computador para cada dois habitantes. Atualmente, há 85 milhões de computadores em uso.
A despeito de ainda serem incipientes os estudos sobre os egressos da formação a distância ou as métricas para avaliação desse graduado, resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) são utilizados por instituições e entidades defensoras do EAD para reafirmar a qualidade de ensino da modalidade.
Em 2010, a maior nota do Enade, 80,3 pontos, foi alcançada por Antônio Edijalma Rocha Júnior, do curso a distância de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial, do Grupo Educacional Uninter. Bem acima da média geral do teste, 45 pontos. Outros levantamentos do Inep apontaram, também, que estudantes em EAD saíram-se melhor em sete de 13 áreas possíveis de comparação entre as modalidades, entre elas biologia, geografia e matemática. Ainda a título de comparação, o Inep analisou, em anos anteriores, o desempenho no Enade dos formandos em EAD e presencial em administração, matemática, pedagogia e serviço social. No geral, o resultado dos egressos da educação a distância foi 6,7 pontos superior ao dos alunos de cursos presenciais.
As mais novas regulamentações da educação a distância nas escolas de educação básica e superior e nas instituições de pesquisa científica e tecnológica é regida pelos Decretos nºs 5.622, de 19 de dezembro de 2005 e 6.303, de 12 de dezembro de 2007 que, numa análise geral, podemos concluir que o Decreto inicial é bom para o Brasil, embora precise ser aperfeiçoado e complementado. O último não altera a estrutura do processo e só busca aperfeiçoá-lo.

Considerações Finais
Vivemos dias em que tudo se transforma muito rapidamente e isso alcançou o sistema educacional que tem passado por momentos em que estamos revendo conceitos e prática numa constante atividade que não pode parar até que se obtenha o Ensino que sonhamos. Somos responsáveis pela construção do nosso conhecimento e que podemos usar todas as ferramentas disponíveis para alcançar nossos objetivos.
         O Ensino a Distância é mais uma ferramenta que pode nos auxiliar no cumprimento desse objetivo. Há muito a ser discutido sobre o ensino a distância, suas atribuições, vantagens, desvantagens, sua regulamentação, etc... Certamente ainda se estabelecerá muitos debates a esse respeito e nós cresceremos em conhecimento.
Mais importante agora é que sejam acompanhadas de perto as regulamentações complementares que serão feitas pela CAPES, pelos Conselhos Estaduais de Educação e pelo próprio MEC. Também será importante que o Conselho Nacional de Educação edite alguns Pareceres, tanto por parte da Câmara de Educação Básica, como pela Câmara de Educação Superior, para interpretar alguns aspectos do Decreto.

Referências
MORAN, J. M. ; BEHRENS, M. A.; MASETTO, M. T. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.
MEDEIROS, M. F.; FARIA, E. T. (Orgs.) Educação a Distância: cartografias pulsantes em movimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
UNESCO. Educação Superior no Brasil. Brasília: Capes/ Unesco, 2002.
FILHO, H. C. et al. Educação a distância em organizações públicas –mesa-redonda de pesquisa-ação. Brasília: ENAP, 2006.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Faltam 6 milhões de Professores

Estimativa da ONU é a de que, se não forem contratados, países não atinjam meta de dar ensino básico a todas as crianças até 2015.

"A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que são necessários 6,1 milhões de professores em todo o mundo para que o acordo de universalização da educação básica até 2015 seja cumprido. A meta de garantir que todas as crianças do mundo concluam o ensino básico até essa data faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, compromisso assinado por 191 países em 2000.
O alerta foi feito nesta quarta-feira, em que se comemora o Dia Internacional do Professor. Segundo a organização, do total, 2 milhões de professores precisam ser formados e contratados. Os outros 4,1 milhões de profissionais são necessários para substituir professores aposentados, doentes ou que trocarão de carreira até lá.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) diz que metade dos docentes precisam atuar na África Subsaariana. Os Estados Árabes necessitam de 243 mil profissionais, outros 292 mil devem trabalhar no sul e oeste da Ásia e a Europa Ocidental e América do Norte, precisam de mais 155 mil professores.
A Europa Central e a Oriental, a Ásia Central e a Ocidental, a América Latina e o Caribe, juntos, somam 11% da escassez global. “Se quisermos dar oportunidades iguais para nossos filhos e filhas, devemos criar políticas que estimulem homens e mulheres à profissão de docente”, afirmou a Diretora-Geral da Unesco, Irina Bokova.
O tema do Dia Internacional do Professor em 2011 é “Professores para a Igualdade entre Gêneros”. A Unesco está promovendo fóruns e divulgação de estudos sobre o tema em homenagem à data."

REFLEXÃO:
      Sabemos, e não é de hoje, o quão desvalorizada é a profissão de "Professor" em nosso país. É interessante notar que inúmeros projetos são desenvolvidos e lançados como meta, no entanto o "professor", de quem se espera a realização de muitos desses projetos e o cumprimento de tantas metas, continua sendo RIDICULARIZADO frente a condições trabalhistas discutíveis e que depreciam a função.
      Até quando viveremos tal realidade? Hoje... vemos prefessores abandonando seus postos e cada vez menos professores sendo formados.
      A realidade é ainda mais cruel quando a necessidade de mais qualidade de vida bate a porta e o "professor" precisa desistir de seu ofício em busca de melhores dias.
      Espero poder viver até ver essa tão bela e importante profissão ganhar o respeito, a dignidade, o reconhecimento e o retorno a que merece. Aí sim.... todos saberemos que qualquer meta a ser alcançada será totalmente possível.(Eunice Greiner)



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"Desafio de Aprendizagem" - Uma breve reflexão

           Ao acompanhar os  blog's a respeito do Ensino a Distância percebi o quanto ainda temos que aprender sobre essa modalidade de ensino. Por tratar-se de um novo recurso aplicado ao ensino muito temos a desenvolver e aprimorar para o melhor aproveitamento desse recurso.
          Vivemos dias em que tudo se transfoma muito rapidamente e isso alcançou o sistema educacional que tem passado por momentos em que estamos revendo conceitos e prática numa constante atividade que não pode parar até que se obtenha o Ensino que sonhamos. Somos responsáveis pela construção do nosso conhecimento e que podemos usar todas as ferramentas disponíveis para alcançar nossos objetivos.
         O Ensino a Distância é mais uma ferramenta que pode nos auxiliar no cumprimento desse objetivo.
Durante esses dias que acompanhei alguns blogs específicos sobre isso verifiquei que ainda há muito a ser discutido sobre o ensino a distância, suas atribuições, vantagens, desvantagens, sua regulamentação, etc... Certamente ainda se estabelecerá muitos debates a esse respeito e nós cresceremos em conhecimento.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

FAÇO PARTE DA CONSTANTE ATIVIDADE EDUCACIONAL

Texto produzido em cumprimento ao Desafio de Aprendizagem:

Fico feliz em poder participar de tão interessantes debates. Achei totalmente relevante as opiniões expressas e parabenizo a todos pela abertura em defender a ampliação da oferta de cursos, de todos os níveis, na modalidade de Ensino a Distância.
Podemos, através da história, perceber que o conhecimento é produzido constantemente pela humanidade, mas hoje com um expressivo diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas informações acontecem em tempo real. Esse avanço tecnológico imposto pelo mercado e as transformações vividas pela sociedade, forçam mudanças no sistema de ensino que já não pode ser suprido pelo modo tradicional.
Acredito na modalidade de Ensino a Distância, mas também acredito que, independente da modalidade, o aluno sempre será "co-participante" do seu aprendizado ou jamais teremos sucesso no desempenho de nossa atividade docente. Na experiência que tive enquanto docente, na modalidade presencial, lamento ter presenciado um total desinteresse da grande maioria dos alunos, que participam das aulas apenas de "corpo presente".
A busca constante pelo saber extrapola as fronteiras da sala de aula e, em qualquer que seja a modalidade, se não houver dedicação e empenho do "aprendiz" não adiantará a boa qualificação do mestre, pois o conhecimento não atingirá o objetivo.
Quem tem sede por conhecimento aprende em qualquer situação.
Certamente é possível detectar fatos favoráveis e desfavoráveis em qualquer modalidade educacional. Cabe a nós buscar soluções possíveis e manter constante comunicação para que todas as situações sejam amenizadas sem comprometer o desempenho acadêmico.
Manter o tema em constante debate pode nos ajudar no desenvolvimento de nossas atividades educativas.
Foi extremante importante participar dos diversos debates e poder observar que há muito que se discutir para que possamos construir sob alicerces firmes os profissionais que se formam pela modalidade a distância, bem como para garantir que se preserve a qualidade tão desejada em todas as modalidades.
Com o avanço tecnológico não é pra menos. A tendência é que o número de adeptos à modalidade do ensino a distância só aumente a cada dia. O interessante é poder fazer parte dessa revolução no sistema educacional, pois como o título nos sugere, todo esse movimento e atividade é totalmente necessário para que a educação alcance seus objetivos que é de desenvolver os potenciais do ser humano, facilitar a socialização e conduzi-lo ao desenvolvimento pleno com padrões morais e éticos para que possa conviver bem em sociedade.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Ensino a Distância e suas Dificuldades

Caros Colegas....
O texto a seguir é o relato de uma acadêmica de graduação na modalidade a distância. Para inspirar o debate eu pergunto: Como poderiamos evitar tal situação? Deixe sua opnião.

"A Educação a Distância pode e deve facilitar a vida de um grande número de pessoas que, por vários motivos, não têm acesso ao ensino regular. Para atender essa mega clientela, é necessário uma boa organização com estrutura para que venha realmente facilitar a vida dos acadêmicos. Quando digo “facilitar” não me refiro a conteúdo fraco ou a não cobrança de um aproveitamento satisfatório, mas sim a uma comunicação ampla e aberta, comandos claros e exigências bem delineadas, tutores e coordenadores bem treinados para que saibam orientar de forma correta. Minha experiência tem sido frustrante, pois tenho concluído em meados de 2009, entreguei trabalhos até início de 2010 e até o momento não fui graduada, pois sempre falta alguma coisa...Trabalhos entregues no pólo que não foram assinados, não foram enviados, telefones que não atendem, os que atendem não podem resolver, ferramenta de postagem que não abre, comando desencontrado, falta de opção para alunos que perdem a data de postagem por problemas com internet de má qualidade, aulas perdidas por conta equipamento danificado, dificuldade para encontrar documentos por conta do caos por não ter arquivos ou armários...O que sempre funcionou muito bem foi a cobrança. O boleto estava ali, mês a mês...pronto para ser impresso. Isso foi uma crítica, não foi? Sim, mas o que realmente queria era expressar o desejo de uma educação que não fosse somente um fonte de renda para as empresas da área, mas para fazer possível ao nosso povo um ensino de qualidade, a possibilidade de crescer em dignidade. É mesmo, é necessário repensar nossa EDUCAÇÃO!" (Marlene Greiner)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Políticas de Educação a Distância e Formação de Professores (Simone Medeiros): Docência (e formação docente) na educação a distân...

Caros Colegas,
Bom dia!!
Quero parabenizar a Profª Simone por seu artigo e aos colegas que postaram seus comentários ao tema no blog da professora.
Gostaria de acrescentar que acredito na modalidade de Ensino a Distância, mas também acredito que, independente da modalidade, o aluno sempre será "co-participante" do seu aprendizado ou jamais teremos sucesso no desempenho de nossa atividade docente.
Na experiência que tive enquanto docente, na modalidade presencial, lamento ter presenciado um total desinteresse da grande maioria dos alunos, que participam das aulas apenas de "corpo presente".  
A busca constante pelo saber extrapola as fronteiras da sala de aula e, em qualquer que seja a modalidade, se não houver dedicação e empenho do "aprendiz" não adiantará a boa qualificação do mestre, pois o conhecimento não atingirá o objetivo.
Quem tem sede por conhecimento aprende em qualquer situação.
Sucesso a todos em sua busca por conhecimento!!
Leiam o artigo que aproveitem para  comentar aqui também.


Políticas de Educação a Distância e Formação de Professores (Simone Medeiros): Docência (e formação docente) na educação a distân...: "Revista Educação em Perspectiva acaba de publicar seu último número em http://www.seer.ufv.br/seer/ educacaoemperspectiva/index. php/ppgeufv..."

sábado, 30 de julho de 2011

Políticas de Educação a Distância e Formação de Professores (Simone Medeiros): Carta Aberta ao Senado Federal, à Câmara dos Deput...

Políticas de Educação a Distância e Formação de Professores (Simone Medeiros): Carta Aberta ao Senado Federal, à Câmara dos Deput...: "As entidades científicas e organizações da sociedade civil signatárias da presente Carta manifestam publicamente sua preocupação e posição c..."

Rubem Alves - A Escola Ideal

REPENSANDO A EDUCAÇÃO

Oi,
Esse texto pode ser encotrando na intregra sob o tema: "REPENSANDO A EDUCAÇÃO EM FUNÇÃO DE MUDANÇAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS E O ADVENTO DE NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO" de Fredric M. Litto. Eu o encontrei no buscador google. Leia você também e amplie seus conhecimentos.
Obrigada por sua visita!
Eunice

"O novo paradigma educacional, hoje em desenvolvimento, sugere que a escola tem que ser, antes de tudo, um ambiente "inteligente", especialmente criado para a aprendizagem, um lugar rico em recursos por ser um local privilegiado; um lugar onde os alunos podem construir os seus conhecimentos segundo os estilos individuais de aprendizagem que caracterizam cada um; onde em vez de filas de mesas e cadeiras ou carteiras, há mesas para trabalhos em grupo, sofás e poltronas confortáveis para leituras, computadores para a realização de tarefas acadêmicas e para comunicações digitais locais, nacionais e internacionais; com uma linha telefônica em cada sala para permitir a interconexão com outras escolas por computador e videofones e que além de oferecer atividades pedagogicamente inovadoras permita a comunicação por voz entre o professor e os pais dos alunos; onde a avaliação é feita constantemente e serenamente na carreira do aluno, e a ênfase é colocada não na memorização de fatos ou na repetição de respostas "corretas", mas na capacidade de o aluno pensar e se expressar claramente, solucionar problemas e tomar decisões adequadamente; com um currículo que reconheça o valor de outras formas de inteligência, além da lingüistica e da lógica-matemática, currículo este que ofereça uma visão holística do conhecimento humano e do universo natural que o homem habita; com o uso cada vez menor do livro-texto e do quadro negro e o aumento do uso das novas tecnologias de comunicação, caracterizadas pela interatividade, pela sua capacidade de uso individualizado, pela assincronia (que é tão importante quando a educação é vista pela perspectiva de internacionalização, com o inevitável fato de ter que lidar com fusos horários diferentes), pela não-linearidade (que é a maneira mais dinâmica e atual de apresentar informação), e pela capacidade de simular eventos do mundo natural e do imaginário de forma a levar o aluno a perceber fenômena que antes não faziam parte do ensino formal por falta do apoio tecnológico que permitisse alcançar tais metas; com a mudança do papel do professor que, ao passar às tecnologias de informação a responsabilidade de "entregar" o conhecimento ao aluno, libera-se para ser mais um guia do aluno, um conselheiro, um parceiro na procura da informação e da verdade, aumentando a participação ativa do aluno; a motivação para aprendizagem surge no aluno, de dentro para fora, em vez de ser algo externo, como, por exemplo, algo que vem dos pais ou do professor; e, finalmente, há o reconhecimento de que a aprendizagem permanente daqui em diante será uma tarefa constante na vida profissional e pessoal de todos, e que cabe já à escola capacitar o aluno para aprender qualquer assunto que lhe interessa."
(Fredric M. Litto)